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sábado, 7 de novembro de 2015

O CONTADOR DE HISTÓRIAS E A SEREIA






Era uma vez um contador de histórias que precisava atravessar um lago assombrado por uma sereia, que gostava de ouvir histórias. Ele utilizaria um barco para atravessar o lago. Mas ele não se preocupava, porque ele sabia que teria várias histórias para contar, e certamente uma delas agradaria à moça, e ela o deixaria seguir avante.

Quando ele estava atravessando o lago, o que era esperado aconteceu: A sereia postou-se à sua frente e disse: “Você só passará se me contar uma história, porque eu estou confeccionando um colar de histórias... Cada história que ouço se transforma numa conta para o meu colar... Vamos, comece a contar!...”.

No primeiro instante, o contador de histórias ficou sem palavras, porque a sereia era belíssima, e a sua mente parecia ter se esvaziado diante de tanta beleza. Mas, aos poucos, ele foi readquirindo a lucidez do pensamento e conseguiu concatenar as ideias e entregar à sereia o que ela tanto desejava: uma história...

Ela disse: “Eu poderia deixá-lo passar, porque agradou-me muitíssimo a sua história, mas ainda faltam muitas contas para o meu colar... E até passar novamente alguém que saiba contar histórias tão bem como você demorará muito. Sendo assim, você não tem permissão.”. E o contador de histórias disse: “Você não tinha intenção de me deixar passar desde o início. Então, por que mentiu?!...”.

E ela respondeu: “Eu não menti... Mas a sua história agradou-me muitíssimo, e eu quero ouvir mais histórias... Do modo que você conta as histórias, o meu colar estará pronto muito em breve...”. E o contador de histórias disse: “Está bem!... Eu conheço muitas histórias e posso passar dias contando histórias para você... É isso o que a tornaria feliz?...”. E ela respondeu: “Sim. Eu agradeceria muitíssimo. Posso trazer-lhe muitos alimentos, e você poderia se abrigar numa ilha que existe bem próximo daqui.”.

Conduzido pela sereia, o contador de histórias foi até a ilha. O lugar era paradisíaco, e ele se sentiu muito bem naquela ilha isolada. Os dias se passavam, e ele contava à sereia todas as histórias que sabia...

Ela já estava com o colar pronto, quando ele disse: “Agora eu posso partir... O seu colar está terminado.”. E ela comentou: “Eu sempre desejei ter uma pulseira com contas de histórias... Você se importaria de me contar mais algumas?...”. E ele respondeu: “Está bem!... Eu lhe contarei as histórias...”. E ele passou mais alguns dias na ilha...

A pulseira da sereia ficou pronta, e ele disse: “Agora eu posso partir...”. E ela comentou: “Eu sempre desejei ter uma tiara de contas... Se você não se importasse de me contar mais algumas histórias, ela logo ficaria pronta.”. E ele respondeu: “Está bem!... Eu lhe contarei as histórias.”.

No dia em que a tiara ficou pronta, ela disse: “Embora eu tenha me apaixonado por você, não tenho o direito de pedir-lhe que fique e continue contando suas histórias... Você pode partir.”. E, nesse momento, ele respondeu: “Eu não posso partir, porque também me apaixonei por você. E será um prazer contar-lhe histórias até o último dia da minha existência.”.



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