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sábado, 11 de abril de 2020

Arte Felipe Farias (30)





ÁRIA E A BALEIA


                                                                         



Se houvesse um prêmio para baleias que saltassem bem mais alto do que outras, certamente, a baleia que a fada Ária não se cansava de observar teria ganhado esse prêmio.

Certo dia, durante alguns desses saltos prodigiosos, a delicada fadinha teve a oportunidade de comentar: “Você gosta tanto do ar quanto da água!... Eu tenho pavor da água, porque eu perderia os meus poderes mágicos se entrasse em contato com ela.”.

A baleia perguntou: “Se você tem tanto medo de perder seus poderes, por que não fica bem longe da água?!...”.

Com o olhar envolto em tristeza, a fada respondeu: “Porque eu ainda tenho esperança de reencontrar o meu castelo de cristal, que um mago, num passe de mágica, fez desaparecer e disse que eu só voltaria a vê-lo se me aventurasse a buscá-lo no fundo do oceano.”.

Demonstrando profundo interesse, a baleia perguntou: “O seu castelo brilha tanto quanto o Sol?!...”. Sorrindo docemente, Ária exclamou: “Você o viu!...”.

A baleia encorajou-se a dizer: “Eu o encontrei e poderia trazê-lo para você se você prometesse me erguer por entre as nuvens, para que eu pudesse assistir, do alto, a um pôr-do-sol.”.

Entusiasmada com a perspectiva de voltar a rever seu castelo, Ária realizou o sonho da baleia antes mesmo que ela fosse buscar o castelo. Acreditando que estivesse sonhando, a baleia fechou os olhos e permitiu que balões vermelhos a afastassem da água. Ela pensou: “Asas!... Eu ficaria imensamente feliz se tivesse asas!...”.

Depois de contemplar o pôr-do-sol, a baleia retornou ao mar e entristeceu-se quando os balões desapareceram. Procurando esquecer a contrariedade, ela mergulhou para cumprir a sua parte no acordo.

Uma semana se passou antes que a baleia voltasse trazendo, em sua boca, o castelo da fada. Ela se surpreendeu ao ouvir Ária dizer: “Feche os olhos e, aconteça o que acontecer, não solte o meu castelo!...”.

E, naquele momento, algo muito surpreendente aconteceu: Em vez de balões, um par de asas douradas possibilitou à baleia acompanhar Ária até a floresta encantada.  



                                  Texto: Sisi Marques
                                   
                                   Arte: Felipe Farias

sábado, 25 de fevereiro de 2017

MARIANA E O ELEGOLFINHO






Há muito tempo existiu uma fada que adorava elefantes. Ela se ressentia porque elefantes são animais terrestres, e ela vivia no fundo do mar. Para fugir à solidão, ela criou um elegolfinho. Com o passar dos anos, a fada cansou-se de viver no mar e decidiu morar em uma floresta, onde as flores exalavam doces perfumes. Para a infelicidade daquele ser mágico, metade elefante e metade golfinho, a fada encantou-se com os pássaros e nunca pensou em visitá-lo.

O elegolfinho preocupou-se terrivelmente... Ele possuía um dom e sabia que não conseguiria se esconder da bruxa do mar por muito tempo. No mesmo instante em que a bruxa o capturasse, ela faria um desejo que se realizaria num piscar de olhos. Ele vivia atemorizado... E, certo dia, quase morreu de susto quando Mariana, uma sereiazinha, aproximou-se. Refeito do susto, ele contou a ela sua história.

Um mês se passou desde o inesperado encontro, e elegolfinho sentia-se tão feliz que já havia até se esquecido de que a bruxa poderia tentar capturá-lo. Mariana, no entanto, permanecia atenta e foi ela quem protegeu o elegolfinho quando a bruxa se aproximou. Ele ouviu a bruxa perguntar a ela: “Onde está o elegolfinho?!... Eu tenho observado vocês dois!... Passam horas e horas brincando!... Onde foi que ele se escondeu?!... Diga logo, garotinha, porque eu quero realizar o meu desejo de poder e riqueza!... Assim que eu colocar as mãos naquele animal, o mundo todo será meu!...”.

Mariana permaneceu calada, e a bruxa insistiu: “Onde está o elegolfinho?!... O que há com você?!... Não entende o que eu digo?!... Menina tola!... Não pense que conseguirá me enganar!... Aquele animal ainda será meu!... O mundo todo será meu!... E você terá que implorar para continuar existindo!...”.

Quando a bruxa se afastou, o elegolfinho disse: “Eu não compreendo por que a bruxa ficou perguntando por mim, se eu estava aqui o tempo todo!...”. Mariana confidenciou: “Quando você me contou sua história, eu fiz um pedido... Eu desejei que você se tornasse invisível para todas as pessoas que tentassem capturá-lo.”.

Antes que elegolfinho e Mariana voltassem a brincar, ele disse: “A sua amizade me salvou da maldade daquela bruxa!... E salvou também o mundo!... Os laços que o coração tece são indestrutíveis!...”.



                                  Texto: Sisi Marques
                                   
                                   Arte: Felipe Farias



A FADA E O GLOBO


Era uma vez uma fada que passava o dia todo acariciando as flores. Certo dia, ela disse às flores, que tanto amava: “Se eu pudesse soltar este globo, eu ficaria com as duas mãos livres para sentirem a maciez de suas pétalas!... Este globo deve servir para alguma coisa... Mas para quê?!... Ele é opaco e não responde às minhas perguntas!...”.

Enquanto a fada conversava com as flores, um jovem, segurando um caderno e uma caneta, aproximou-se do canteiro onde ela estava e sentou recostado a uma árvore. A fada assustou-se porque, no mesmo instante, o globo começou a brilhar. Ela pensou: “Justo agora, este globo resolveu funcionar!... Se esse rapaz perceber que estou aqui, certamente tentará me capturar!...”.

A fada só compreendeu o que estava acontecendo quando, minutos depois, ela ouviu o jovem dizer: “Este lugar é mágico!... Eu não me surpreenderia se, de repente, uma fada aparecesse e dissesse que foi ela quem transmitiu toda essa inspiração ao meu coração!... Eu sempre voltarei aqui para escrever meus poemas!...”.

Quando a fada viu o jovem se afastar assoviando alegremente com o caderno debaixo do braço, ela abandonou o seu esconderijo entre as flores e contemplou o globo. Ela pensou: “É esse o meu destino: Ser a guardiã do globo cujo brilho inspira e aquece o coração humano!...”.


                                       Texto: Sisi Marques

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A POÇÃO DE AMOR DA PRINCESA NUVEM AZUL






Em um reino inacessível a nós, habitantes do Planeta Terra, existiu uma Princesa que se apaixonou por um Príncipe cujo coração pertencia a uma Camponesa. A Princesa se chamava Nuvem Azul e decidiu preparar uma poção de amor que ofereceria ao Príncipe durante uma festa.  O único problema era que ela não possuía o ingrediente principal da poção: penas de corvo.

Nuvem Azul, depois de sobrevoar muitos reinos montada em sua nuvem, conseguiu encontrar um Corvo no quintal de uma Bruxa. Pacientemente, a Princesa esperou, esperou e esperou até que a Bruxa se afastasse... E, aproveitando-se de um minuto de distração do Corvo, ela desceu velozmente e o capturou.

Assustado, o Corvinho começou a grasnar, e a Bruxinha compreendeu que ele estava em apuros... Imediatamente, ela subiu em sua vassoura e logo lá estava ela no céu, perseguindo a Princesa. Mas, para a infelicidade do Corvinho, a nuvem da Princesa era mais veloz do que a vassoura da Bruxinha, e a Princesa teve tempo de arrancar suas penas enquanto se afastava. Ela só o libertou depois de vê-lo completamente depenado.

Triste e envergonhado, o Corvinho conseguiu voar na direção da Bruxinha. Ao vê-lo naquele estado, a Bruxinha ficou ainda mais zangada e pensou em se vingar da Princesa. Mas, de repente, ela teve uma ideia que a fez esquecer seus planos de vingança... Ela acolheu o Corvinho em seus braços e o conduziu ao seu laboratório, para ajudá-la a preparar uma poção que o transformaria em um pavão belíssimo.

Você deve estar perguntando o que aconteceu com a Princesa!... Ela ficou muito preocupada depois que o Príncipe ingeriu a poção e começou a passar mal. Com receio de que ele morresse, ela entregou ao Mago Real a receita da poção para que ele preparasse um antídoto. Quando o Príncipe se restabeleceu, o Rei ficou tão feliz que consentiu que ele se casasse com a Camponesa.




Texto: Sisi Marques

Arte: Felipe Farias