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sábado, 14 de novembro de 2015

A URSINHA PANDA E O COALA DE PELÚCIA





Era uma vez uma Ursinha Panda e um Coala que estavam expostos na vitrine de uma loja de brinquedos, em meio a muitos outros bichinhos de pelúcia. Com o tempo, a amizade acabou se transformando em amor, e eles juraram que nunca se separariam. Mas eles se entristeciam, porque não ignoravam que aquele juramento poderia ser quebrado a qualquer momento, principalmente, com a aproximação do Natal... Muitas crianças desejariam que seus pais lhes comprassem brinquedos e, provavelmente, eles seriam todos vendidos.

No momento em que as luzes se apagavam, e a loja fechava, a magia acontecia... Uma iluminação que não poderia ser vista por olhos humanos preenchia toda a loja, e os bichinhos e os outros brinquedos ganhavam vida. E, para aqueles dois animaizinhos, só o que importava era permanecerem juntos.

Certo dia, o que eles receavam aconteceu: Uma garotinha entrou na loja com sua mãe e pediu a ela que lhe comprasse a Ursinha. E a Ursinha foi embrulhada para presente e entregue nas mãos da garotinha. O Coala se entristeceu ao ver sua amada partir... A Ursinha foi levada para um quarto e permaneceu ali entre muitos brinquedos que, para ela, nada significavam.

Dois dias depois, entrou na loja um rapaz e ele perguntou ao filho que animalzinho ele desejava, e o menino disse que gostaria de levar o Coala. O Coala também foi colocado em um quarto e, por mais que os outros brinquedos desejassem fazer amizade, ele não se animava a conversar.

Na hora do jantar, no entanto, o inesperado aconteceu: o menino, cujo pai havia comprado o Coala, e a garotinha, cuja mãe havia comprado a Ursinha, eram irmãos.  No dia em que a garotinha ganhou a Ursinha Panda, o irmãozinho dela ficou com ciúme e quis também ter um animalzinho. E o pai o levou à loja e comprou o Coala. As crianças, antes de se sentarem à mesa, colocaram seus bichinhos de pelúcia no sofá da sala para evitarem que eles se sujassem durante a refeição. Quando a Ursinha e o Coala se reencontraram, os seus olhos brilharam, e eles não cabiam em si de felicidade!...

Depois do jantar, as crianças foram para a sala assistir à televisão, e o garoto comentou: “Eu acho que a sua Ursinha gosta do meu Coala... Veja como eles estão juntinhos... Eles poderiam morar naquela floresta que ganhei de presente de aniversário.”.

A garota aprovou a ideia, e o Coala e a Ursinha puderam manter alegremente o juramento de nunca se separarem.


Texto: Sisi Marques

Arte: Felipe Farias

Arte Felipe Farias (17)




sábado, 7 de novembro de 2015

O CONTADOR DE HISTÓRIAS E A SEREIA






Era uma vez um contador de histórias que precisava atravessar um lago assombrado por uma sereia, que gostava de ouvir histórias. Ele utilizaria um barco para atravessar o lago. Mas ele não se preocupava, porque ele sabia que teria várias histórias para contar, e certamente uma delas agradaria à moça, e ela o deixaria seguir avante.

Quando ele estava atravessando o lago, o que era esperado aconteceu: A sereia postou-se à sua frente e disse: “Você só passará se me contar uma história, porque eu estou confeccionando um colar de histórias... Cada história que ouço se transforma numa conta para o meu colar... Vamos, comece a contar!...”.

No primeiro instante, o contador de histórias ficou sem palavras, porque a sereia era belíssima, e a sua mente parecia ter se esvaziado diante de tanta beleza. Mas, aos poucos, ele foi readquirindo a lucidez do pensamento e conseguiu concatenar as ideias e entregar à sereia o que ela tanto desejava: uma história...

Ela disse: “Eu poderia deixá-lo passar, porque agradou-me muitíssimo a sua história, mas ainda faltam muitas contas para o meu colar... E até passar novamente alguém que saiba contar histórias tão bem como você demorará muito. Sendo assim, você não tem permissão.”. E o contador de histórias disse: “Você não tinha intenção de me deixar passar desde o início. Então, por que mentiu?!...”.

E ela respondeu: “Eu não menti... Mas a sua história agradou-me muitíssimo, e eu quero ouvir mais histórias... Do modo que você conta as histórias, o meu colar estará pronto muito em breve...”. E o contador de histórias disse: “Está bem!... Eu conheço muitas histórias e posso passar dias contando histórias para você... É isso o que a tornaria feliz?...”. E ela respondeu: “Sim. Eu agradeceria muitíssimo. Posso trazer-lhe muitos alimentos, e você poderia se abrigar numa ilha que existe bem próximo daqui.”.

Conduzido pela sereia, o contador de histórias foi até a ilha. O lugar era paradisíaco, e ele se sentiu muito bem naquela ilha isolada. Os dias se passavam, e ele contava à sereia todas as histórias que sabia...

Ela já estava com o colar pronto, quando ele disse: “Agora eu posso partir... O seu colar está terminado.”. E ela comentou: “Eu sempre desejei ter uma pulseira com contas de histórias... Você se importaria de me contar mais algumas?...”. E ele respondeu: “Está bem!... Eu lhe contarei as histórias...”. E ele passou mais alguns dias na ilha...

A pulseira da sereia ficou pronta, e ele disse: “Agora eu posso partir...”. E ela comentou: “Eu sempre desejei ter uma tiara de contas... Se você não se importasse de me contar mais algumas histórias, ela logo ficaria pronta.”. E ele respondeu: “Está bem!... Eu lhe contarei as histórias.”.

No dia em que a tiara ficou pronta, ela disse: “Embora eu tenha me apaixonado por você, não tenho o direito de pedir-lhe que fique e continue contando suas histórias... Você pode partir.”. E, nesse momento, ele respondeu: “Eu não posso partir, porque também me apaixonei por você. E será um prazer contar-lhe histórias até o último dia da minha existência.”.



Arte Sisi Marques (14)