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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

FOLHÍNEA, A FADA DE ASAS DE FOLHAS




Folhínea era uma fada diferente das outras... Em vez de possuir asas de borboleta, quatro folhas sustentavam o seu corpo no ar.

Por mais que Folhínea tentasse ignorar os olhares altivos das outras fadas, muitas vezes ela se entristecia e jogava ao vento as palavras: “Por que minhas asas não são tão belas quanto as asas das outras fadas?!... Isso não é justo!... Eu não gosto de ser diferente!”.

Certo dia, uma fada que se considerava a mais bela de todas disse a Folhínea: “Você é muito lenta e sempre atrapalha a nossa dança, porque suas asas, além de feias, são pesadas!... A sua presença quebra a graça e a harmonia do nosso voo, porque suas asas foram tingidas com o verde das matas, enquanto as nossas asas são coloridas e brilham como estrelas!...”.

Folhínea, depois de ouvir as palavras que a feriram como se fossem espinhos, retirou-se para o galho de sua árvore favorita e acompanhou, com o olhar, o esplendoroso voo das outras fadas. Não!... Não havia nenhum esplendor naquele voo, e Folhínea pressentiu que algo estava errado.

Ela não se enganara!... As fadas começaram a cair uma após a outra, e Folhínea voou ao encontro delas para tentar ajudá-las!... Foi a fada que se considerava a mais bela de todas quem perguntou: “Por que você, que é pesada,  ainda está voando, se nós, que somos leves como pétalas, estamos presas ao chão?!...”.

Folhínea permanecia calada, porque não sabia o que responder. Foi um duende que, após tornar-se visível, disse: “Eu vi tudo!... Eu vi tudo!... Minutos antes do voo das fadas, a bruxa malvada pulverizou sua poção para capturá-las. Enquanto ela espalhava a poção no ar, ela dizia: ‘Fadas formosas e orgulhosas, a sua beleza e o seu porte altivo serão meus depois que eu fizer um creme com o pó de suas asas trituradas!...’.”.

Folhínea exclamou: “Não podemos permitir que isso aconteça!... Eu tenho um dom que nunca revelei a ninguém, porque imaginei que ele não tivesse importância. Mas agora ele será útil!...”.

Folhínea agitou suas asas e começou a voar sobre as fadas. Conforme ela voava, as folhas das árvores se desprendiam, voavam em sua direção e cobriam as fadas.

Quando a bruxa chegou, não conseguiu encontrá-las e, após desistir da busca, exclamou: “Fada de asas de folhas!... Aqui deve existir uma delas!... Ela escondeu as fadas!... E, por causa dela, eu continuarei feia, velha e gorda!!!...”. E a bruxa se afastou reclamando...

Depois que as fadas conseguiram se desvencilhar das folhas, elas abraçaram Folhínea. A bruxa não desistia facilmente e tentou capturar as fadas várias vezes. Mas Folhínea estava sempre por perto para protegê-las.


Texto: Sisi Marques

Arte: Felipe Farias


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