Regis foi escolhido,
pela professora e pelos colegas, para representar o rei na apresentação de
teatro que haveria na escola.
A professora de Regis
entregou, a cada aluno, a fantasia que correspondia ao seu personagem, e Regis,
como era de se esperar, recebeu o manto e a coroa.
A peça seria exibida
durante uma festa que haveria em um sábado, e a escola estaria aberta para que
os familiares e os amigos dos alunos também pudessem participar.
O dia tão esperado
finalmente chegou, e Regis estava muito nervoso porque não conseguia encontrar
seu manto e sua coroa. Com receio de que chegassem atrasados à festa, a mãe de
Regis disse: “Apresse-se, filho! O manto e a coroa estão sobre a cadeira no seu
quarto!... Fui eu mesma que os coloquei lá, ontem à noite!... O seu pai já está
no carro... Você sabe que ele detesta esperar!... Suba, apanhe a sua fantasia e
desça logo!...”.
Regis insistia em
dizer: “Mãe, quantas vezes terei que repetir que o manto e a coroa sumiram?!...
Se não acredita em mim, suba lá para ver!...”.
Num gesto de
impaciência, a mãe de Regis levantou as mãos para o alto antes de exclamar: “Está
bem, Regis!... Está bem!... Você é igualzinho ao seu pai!... Sabe que está
errado, mas cria caso e quer ter sempre razão!... Vá para o carro que eu mesma subirei
para buscar a sua fantasia.”.
Minutos depois, quando
a mãe de Regis entrou no carro, ela entregou o manto e a coroa a Regis sem
emitir nenhum comentário, porque receava aborrecer o marido. Mas Regis afirmou:
“Há algo errado... O manto e a coroa são de verdade!...”.
Regis calou-se quando
ouviu o pai dizer: “Chega de histórias!... Mais uma palavra, e não haverá festa
para nós.”.
Durante a apresentação
da peça, a atenção dos espectadores acabava sempre voltando para a exuberância
do manto e da coroa de Regis. O nosso
reizinho, por sua vez, não conseguia desprender os olhos de uma jovem belíssima
que estava sentada na plateia, ao lado de um anão.
Regis pensou que
estivesse sonhando, porque houve um momento em que tudo ao redor desapareceu,
exceto a jovem e o anão, e ele a ouviu dizer: “Guarde o manto e a coroa, Regis,
com muito carinho... Daqui a dez anos, nos reencontraremos... Você se tornará o
rei da ilha das fadas, e eu serei a rainha.”.
Regis voltou à
realidade quando um amigo perguntou baixinho: “Você está bem?!... É a sua
vez!...”. Felizmente Regis havia decorado o texto e conseguiu se sair bem. Ele
vasculhou a plateia com o olhar, mas não viu mais a jovem e o anão.
Os dez anos ainda não
se passaram. Regis guarda até hoje o manto e a coroa em um esconderijo secreto.
Ele deseja tornar-se o rei da ilha das fadas, porque a bela jovem, que será a
rainha, conquistou o seu coração.
Texto: Sisi Marques
Arte: Felipe Farias
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