(RELEITURA)
O que leva alguém a
escolher ficar sozinho diante de uma folha em branco?!... Aparentemente não
existe nada ali!... Mas a imaginação de quem contempla a folha consegue ver
além das aparências!... Se não houver a confiança de que a mão, segurando
apenas um lápis, conseguirá seguir o voo da imaginação, a folha continuará em
branco.
Eu vi a releitura do
desenho de um anjo, e os meus olhos começaram a percorrer os mesmos caminhos
que a mão do artista percorreu na tentativa de refazer o percurso da imaginação
do criador do desenho. Aquele anjo só começou a habitar a minha
imaginação porque o artista se atreveu a confiar em sua capacidade de reproduzir
algo que o fascinou.
Confesso que também
fiquei encantada quando um portal se abriu, e o desenho do anjo ganhou vida, e
eu comecei a me perguntar: Quem é ele?!... Um anjo ou um homem que plasmou suas
asas na busca da excelência de seu ser?!... Ou será ele a tentativa do artista
de registrar o seu próprio voo no momento mágico da realização?!... Talvez,
para o desenhista, ele não seja nem uma coisa nem outra... Talvez ele seja
apenas um desenho que o tenha ajudado a passar o tempo...
Aqui estou eu tentando explicar
através de palavras o que, para o artista, não necessita de explicação. Isso
não significa que ele não tenha consideração pelo seu desenho... Na verdade, é
exatamente o oposto: ele o ama tanto que se recusou a colocar-lhe um rótulo ou
espremê-lo para que ele coubesse em uma definição estreita.
Sem que o desenho perca
a sua própria integridade, ele tem a liberdade de ser o que as pessoas imaginarem
que ele deva ser... Porque as várias interpretações que ele receber dos olhos
que o observarem não modificarão a sua essência.
Texto: Sisi Marques
Arte: Felipe Farias
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