Elefantes não têm graça
e, muito menos, leveza. O meu nome é Dorabela, e todos me chamam de Dora. Eu
gostaria que me chamassem de Bela!...
Eu trabalho no circo e
tenho um sonho: Em vez de servir de montaria para a bela bailarina acrobata, eu
gostaria de ser a bela bailarina. Naturalmente ninguém precisaria servir de
montaria para mim, porque não existe ninguém capaz de suportar o peso de uma
elefanta gorda e pesada como eu!...
Estou chorando!...
Estou chorando sim, e isso é problema meu!... Quem se importa?!... Um rato?!...
Será que foi um rato que correu para se esconder atrás da cortina?!...
“Não, elefanta
burra!... Eu não sou um rato!... Posso ser pequeno e magricela, mas não sou um
rato!... Não está vendo?!... Sou um duende e não corri para me esconder atrás
da cortina!... Eu estava procurando algo que perdi, mas você me distraiu, e eu
acabei esquecendo o que era... Jamais conseguirei me lembrar!... Que cheiro
horrível é esse?!... Sinto cheiro de tristeza e de lágrimas também!... Que
horror!... Lágrimas de elefantes ainda são mais fedorentas do que lágrimas de
crocodilos!... Eu não suporto o cheiro da tristeza!... Diga logo o que está
havendo para que possamos eliminá-la.”.
Eu quero ser
bailarina!...
“Comece a dançar, e o
problema estará resolvido!...”.
Você não compreende...
Os meus movimentos não têm graça e, muito menos, leveza!... Sou pesada, gorda e
feia!... Se eu me atrevesse a dançar, todos ririam de mim!... Sou desajeitada e
só sirvo para conduzir a formosa bailarina acrobata!...
“Já serve para alguma
coisa!... Mas o pior é que o cheiro continua e está cada vez mais forte!... Feche
os olhos!... Vamos, não questione!... Apenas obedeça!...”.
Eu estou me sentindo
mais magra e menos pesada!... Olhe só para mim!... Estou vestida de
bailarina!... Vermelho é a minha cor favorita!... Preciso de um espelho!...
Quem é você?... Não, não desapareça!... Você precisa me ensinar a dançar!...
“Não. Isso você só
aprenderá praticando!... Acredite na sua capacidade e persista!... Ah, aqui
está o que eu perdi: o meu grão de mostarda!... Eu não poderia ir embora sem
ele... Adeus, Bela!...”.
Adeus, Amigo!... E
obrigada!...
Texto: Sisi Marques
Arte: Felipe Farias
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